Entre o feed e o vazio: como as redes sociais afetam a autoestima dos jovens sergipanos

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Dra. Eleonora Vaccarezza - Psicóloga
Dra. Eleonora Vaccarezza, PhD em Psicologia, é professora, pesquisadora e palestrante especializada em Racismo, Subjetividades e Saúde Mental. Com uma vasta experiência, ela compartilha seus conhecimentos...

Você já se pegou rolando o feed por horas e, ao final, sentindo-se pior do que antes? Em Aracaju, essa cena é cada vez mais comum entre adolescentes e universitários. De modo que, o uso das redes sociais faz parte da rotina, mas também tem deixado marcas silenciosas na autoestima e na saúde mental dos jovens sergipanos.

O prazer rápido da dopamina digital

Segundo a pesquisa TIC Kids Online, o Brasil está entre os países onde os jovens passam mais tempo conectados — e Sergipe segue essa tendência.
A psicologia explica esse comportamento pelo conceito de dopamina digital: a pequena dose de prazer que sentimos ao receber curtidas e notificações. O cérebro se acostuma e começa a buscar esse estímulo o tempo todo, criando um ciclo viciante de comparação e insatisfação.

“A comparação constante com corpos, rotinas e conquistas editadas pelas redes distorce o senso de valor pessoal e alimenta a sensação de inadequação”, explica a psicóloga Eleonora Vaccarezza, especialista em saúde mental digital.

Quando a comparação vira um fardo

Nos atendimentos psicológicos em Aracaju, é comum ouvir relatos de jovens que se sentem “para trás” por não viver o mesmo estilo de vida que veem no Instagram ou no TikTok. O problema é que quase tudo ali é editado, filtrado e cuidadosamente montado para parecer perfeito.

E esse padrão inalcançável tem um custo alto: ansiedade, insônia, baixa autoestima e a sensação de não pertencer. Muitos descrevem o mesmo paradoxo — quanto mais conectados, mais sozinhos se sentem.

Dicas para um uso mais consciente das redes sociais

Precisamos enxergar que as redes não são vilãs. E compreender que, elas podem inspirar, aproximar e ensinar — desde que o uso seja consciente. Veja algumas práticas que ajudam a equilibrar a relação com a tecnologia:

  • Comece o dia offline: evite checar o celular logo ao acordar.
  • Estabeleça pausas digitais: reserve momentos sem tela ao longo do dia.
  • Siga perfis que nutrem, não que comparam: o conteúdo que consumimos afeta diretamente o humor.
  • Crie em vez de só consumir: produzir algo seu aumenta o senso de autoria.
  • Fortaleça vínculos reais: conversar pessoalmente e estar presente nas relações é o melhor antídoto contra o vazio digital.

Reflexão final

As redes sociais e a autoestima caminham juntas — e o equilíbrio depende de como cada um escolhe se relacionar com o mundo digital. Em tempos de filtros, métricas e curtidas, lembrar que a vida real não precisa de aprovação online é um gesto de coragem e amor próprio.

E você, já pensou em como o uso das redes tem influenciado sua autoestima e seu bem-estar?
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Dra. Eleonora Vaccarezza, PhD em Psicologia, é professora, pesquisadora e palestrante especializada em Racismo, Subjetividades e Saúde Mental. Com uma vasta experiência, ela compartilha seus conhecimentos sobre temas fundamentais para a sociedade contemporânea.