A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, revelou nesta sexta-feira (10), durante coletiva de imprensa, a instalação de uma auditoria para apurar as contas da Maternidade Municipal Lourdes Nogueira. A unidade enfrenta uma dívida de quase R$ 15 milhões, além de atrasos no pagamento de médicos e fornecedores, conforme levantamento do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (ITPS).
Segundo a prefeita, o contrato da maternidade, no valor de R$ 7 milhões mensais, não atende à meta estipulada de 600 partos por mês, alcançando no máximo 200. “É superfaturamento, porque os partos em uma maternidade privada saem muito mais em conta. […] Com esse contrato, estavam custando mais de R$ 20 mil cada um”, declarou Emília.
Ela também mencionou a possibilidade de suspensão do contrato e assegurou que medidas estão sendo tomadas para solucionar a situação.
Posicionamento do ex-secretário de Saúde
João Vitor Burgos, ex-secretário de Saúde de Aracaju, contestou as declarações, afirmando que, desde a inauguração da maternidade em abril de 2023, a média mensal foi de 300 partos, atingindo 330 em setembro do ano passado. Ele também destacou que a maternidade atende pacientes de Aracaju, de 83 municípios de Sergipe e de outros estados.
Burgos argumentou que o cálculo que divide o valor do contrato pelo número de partos é inadequado, pois desconsidera a gama de serviços prestados. Além dos partos, a unidade oferece atendimentos de urgência, exames laboratoriais e de imagem, suporte de uma equipe multidisciplinar e ações de planejamento familiar, como inserção de DIU.
Nos primeiros 12 meses de funcionamento, a maternidade registrou mais de 5.600 partos, 22.945 atendimentos de urgência e emergência, e 69.857 exames laboratoriais. Segundo o ex-secretário, considerando todos os serviços, o custo por parto é significativamente inferior ao divulgado pela gestão atual.