Sem dúvidas, o ambiente digital será decisivo para as eleições municipais que se aproximam, em 06 de outubro de 2024. O aumento do alcance das redes sociais impactam no cotidiano dos usuários, principalmente na formação das ações e escolhas dos cidadãos. Conforme o levantamento da Comscore, em 2023, aponta que o Brasil é o 3° país que mais consome redes sociais no mundo, com 131.506 milhões de contas ativas. Sendo as plataformas mais acessadas: YouTube, Facebook, Instagram, Tik Tok, Kwai e Twitter.
Nesse cenário, as redes sociais têm ocupado um relevante espaço no campo digital. Com isso tem forçado as marcas, as empresas, as personalidades, os artistas e os políticos a se posicionarem, criarem conteúdos, fidelizarem seus públicos e terem engajamento.
No que se refere a campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução 23.671/2021, que versa sobre propaganda eleitoral, horário eleitoral gratuito e condutas ilícitas na campanha. Sendo livre a divulgação de conteúdo por parte de particulares, contudo só é permitido o pagamento de impulsionamento de publicações por candidatos, partidos políticos ou federações, desde que estejam devidamente identificados.
É importante destacar que o TSE não considera propaganda eleitoral as publicações com conteúdos de críticas ou elogios a candidatos feitos por eleitores em suas páginas pessoais. Os apoiadores podem divulgar conteúdo, mas não podem fazer o impulsionamento pago. É expressamente vedado o disparo em massa de publicações sob pena de multas entre R$ 5.000,00 a R$ 30.000,00 e a cassação do registro da candidatura.
As redes sociais são ferramentas extraordinárias de comunicação para os agentes políticos com auxílio da Inteligência Artificial (IA), plataformas de vídeos curtos e dancinhas que unem o candidato ao seu eleitorado, paródias musicais e dublagens com temas atuais que viralizam de maneira rápida, fazendo o número de seguidores crescer; despertando interesse naquele tipo de conteúdo disponível. Além de servir para o debate público e ao lançamento de suas ideias e propostas para a sociedade.
Em contrapartida, pode ser uma arma perigosa para disseminar discursos de ódio, atacar opositores, destruir reputações e causar estragos incalculáveis em uma campanha eleitoral.
Nessa seara, as temidas Fake News têm se popularizado como caminho mais fácil para prender a atenção das pessoas e manchar a imagem dos adversários. Apesar de não ter uma definição jurídica consolidada a respeito, a legislação brasileira pune aqueles que cometem os crimes de Calúnia, Injúria e Difamação, com as penas observadas no Código Penal(Decreto-Lei n°. 2.848/1940).
Portanto, as consequências de descumprimentos da lei eleitoral (Lei n° 9.504/1997) e das resoluções do TSE são severas, como retratações, desagravos, multas, cassação do registro da candidatura e até mesmo a inelegibilidade. Dessa forma, o candidato deve se atentar as regras eleitorais no ambiente digital para preservar sua candidatura e seu futuro político.
SALATIEL DOS SANTOS DE JESUS CRUZ
Advogado, Bacharel em Direito pela Universidade do Estado da Bahia, Especialista em Direito Eleitoral, Pós-Graduando em Direito Tributário e Pós-Graduando em Processo Eleitoral.
Por Salatiel Cruz
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