“Eu não troco a minha dignidade pela falsidade. O que está acontecendo em Israel é genocídio”. Esta frase é do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante o lançamento do Programa Petrobras Cultural, na cidade do Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira, 23.
Sem medo de retaliações internacionais e de pedido de impeachment, ele trouxe à tona a polêmica em torno de sua fala em que compara a Guerra Israel-Palestina ao Holocausto da 2ª Guerra Mundial.
“São milhares de crianças mortas, desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, afirmou o presidente na noite desta sexta.
Críticas internacionais
Desde quando classificou os ataques de Israel a Faixa de Gaza como “genocídio” e “chacina”, no dia 18 de fevereiro, durante a 37ª Cúpula da União Africana na Etiópia, o presidente do Brasil vem sendo alvo de críticas internacionais, sobretudo, do Governo de Israel.
Para Israel, a declaração de Lula foi um “grave ataque antissemita que profana a memória dos que foram mortos no Holocausto” e apontou chefe do executivo do Brasil como “persona non grata” para Israel.
Pedido de impeachment
As retaliações ao presidente não param por aí. Na última quinta-feira, 22, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, protocolou o pedido de impeachment contra Lula tendo como base a sua fala comparando a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. Ao todo, 144 parlamentares – inclusive integrantes da base governista – assinaram o pedido.
Até hoje, se trata do pedido de impeachment com a maior adesão parlamentar. Até então, o recorde era do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, que contou com a adesão de 124 assinaturas.
Sem medo
Contudo, mesmo diante das decisões do Governo de Israel e do pedido de impeachment, Lula não recuou em suas comparações. Pelo contrário, ele convocou de volta ao Brasil o embaixador em Tel Aviv. Fora isso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o chanceler do governo israelense, Israel Katz, pelas declarações dadas nos últimos dias sobre o presidente do Brasil.
Para completar, além de reforçar à comparação ao Holocausto, Lula durante a sua fala no evento da Petrobras, mais uma vez, disse ser a favor da criação do Estado Palestino.
Por Verlane Estácio, do Rio de Janeiro
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