Após viralizar uma música denunciando a exploração de crianças na Ilha de Marajó, no Pará, redes sociais clamam por ação e posicionamento político diante do problema antigo, envolvendo tráfico de órgãos e prostituição infantil
A noite da última terça-feira (20), foi marcada por um intenso debate nas redes sociais, após a viralização de uma canção que expõe a triste realidade da exploração infantil na Ilha de Marajó, no Pará. O tema, que voltou à tona, revela um problema antigo, datado de pelo menos 2006, quando acusações de pedofilia e exploração sexual infantil na região foram alvo de investigação pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Documentos da época apontaram o envolvimento de políticos locais nos casos de exploração, que, segundo relatos, favoreciam o tráfico de órgãos e a prostituição infantil, com meninas sendo levadas para se prostituir em outras localidades, como Belém e até mesmo a Guiana Francesa.
O tema ganhou destaque novamente em 2022, quando a vereadora Damares Alves, então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mencionou em um culto evangélico a prática de arrancar os dentes de crianças para facilitar o sexo oral, gerando uma onda de indignação e revolta.
Entretanto, o Ministério Público Federal no Pará moveu uma ação civil pública contra Damares e a União, alegando que as declarações da ex-ministra constituíam divulgação de notícias falsas sobre a região, visando interesses políticos. O MPF exigiu uma indenização de R$5 milhões à população do Arquipélago de Marajó.
Apesar das controvérsias, em 2019, Damares lançou o programa “Abrace o Marajó”, com o objetivo de implantar programas sociais para combater a fome e, consequentemente, a exploração sexual de menores na região.
Diante da comoção gerada pela música viral e do histórico de denúncias, as redes sociais estão demandando posicionamento dos políticos e da mídia sobre o caso.
Atualmente, a Ilha de Marajó é assistida pelo Programa Cidadania Marajó, lançado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com o propósito de combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região.
Fonte: Jornal Hora Extra
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