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A importância do acolhimento de pessoas com HIV  

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Por Isto é Aracaju

Foto: Divulgação

O Dezembro Vermelho é uma campanha destinada à luta contra o vírus do HIV, a AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. Seu foco é na prevenção, assistência e proteção dos direitos de pessoas infectadas com HIV. Porém, além de todas as questões já envolvidas, é necessário ampliar o debate para falar sobre o acolhimento e a importância do psicólogo no tratamento. Isso não é apenas importante para o infectado, mas também para toda a família, pois o diagnóstico gera uma série de consequências psicológicas que precisam ser tratadas.

O coordenador do curso de Psicologia da UNINASSAU Aracaju, André Mandarino, explica o papel do psicólogo durante o tratamento e fala sobre como a família pode se tornar uma rede de apoio para os pacientes. 

Quais os sintomas psicológicos que o diagnóstico do HIV pode desencadear nas pessoas?   

O resultado de um teste indicativo de infecção por HIV não tem mais o peso da letalidade que ocorria há algumas décadas. Atualmente, o tratamento adequado permite controlar a carga viral de maneira que é possível nunca desenvolver a AIDS e, mesmo que isso aconteça, há a possibilidade de evitar o seu avanço. Ainda assim, trata-se de um diagnóstico grave e traz um impacto psicológico significativo, o qual é associado às fases do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. É um desafio repensar a vida, assim como lidar com os modos de convivência com o vírus, a disciplina exigida para o tratamento e o preconceito ainda existente.

Qual o papel do psicólogo no acolhimento de pessoas com HIV?  

A abordagem do paciente com HIV deve envolver profissionais de diversas áreas da saúde. O psicólogo pode contribuir dando o suporte emocional diante do diagnóstico, ajudando com informações sobre a qualidade de vida e auxiliando na reconfiguração subjetiva da pessoa atendida diante da nova realidade. 

Qual a importância do apoio familiar para o paciente?  

O apoio familiar é um fator muito importante de suporte afetivo, principalmente nos primeiros momentos do tratamento para que o paciente sinta que não está sozinho no enfrentamento das dificuldades que pode enfrentar. 

Como a família pode se tornar uma rede de apoio? 

Os familiares devem buscar informações sobre HIV/AIDS com o intuito de eliminar visões preconceituosas que possam ter e entender melhor como lidar com a situação. Além disso, podem fornecer acolhimento afetivo, auxiliar a encontrar soluções para dificuldades cotidianas, acompanhar o paciente em algum momento que exija hospitalização e, sobretudo, não procurar culpados ou fazer acusações.

Em caso de transmissão durante a gestação, como trabalhar a questão da culpa e melhorar as relações familiares?

Pensar sobre possíveis culpados é uma atitude compreensível diante das fragilidades. Porém, não é algo produtivo. O mais efetivo é a gestante conhecer e seguir o tratamento correto para neutralizar a ação do vírus e permitir ao bebê um desenvolvimento sadio. Além disso, nesses casos, a equipe multidisciplinar de saúde tem um importante papel na orientação dos pais e familiares envolvidos.

Por Gabriela Vieira

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