Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2022 foram divulgados, na manhã desta terça-feira (5/12), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelo Ministério da Educação e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O destaque entre os resultados foi o baixíssimo nível de desempenho dos estudantes brasileiros em matemática.
O Pisa avalia a cada três anos como está a educação nos países nas áreas de matemática, leitura e ciências. A cada edição, uma dessas três áreas é enfatizada no questionário com mais perguntas. A pesquisa é feita pela OCDE e, aqui no Brasil, é aplicada pelo Inep. Ao todo, 81 países foram avaliados. Participaram do estudo no Brasil 10.798 estudantes de 599 escolas das redes pública e privada.
Perfil dos participantes do Pisa 2022 no Brasil:
- 73,1% dos estudantes da rede estadual
- 81,9% dos matriculados no ensino médio
- 96,5% das escolas em área urbana
- 76,4% das escolas localizadas no interior
Resultados
De acordo com os resultados do Pisa 2022, o Brasil atingiu a pontuação de 379 em matemática, em contraste com a média dos países da OCDE, que foi de 479. Quanto ao nível de desempenho, a escala vai de 1 a 6, sendo que 2 é considerado o nível “básico” de conhecimento e, abaixo dele, é um resultado insatisfatório. Considerando isso, 73% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do mínimo (nota 2), enquanto os países da OCDE possuem apenas 31% de jovens na mesma faixa. Considerando o ranking geral nesta área, nosso país ficaria entre a 62ª e 69ª posição.
Já nas áreas de leitura e ciências, a diferença não é tão significativa em comparação aos países da OCDE, e também há bem menos estudantes ao nível abaixo do básico. Em leitura, o Brasil pontuou 410 e os membros da OCDE 476 – o resultado foi semelhante entre países da América Latina. Houve também concentração menor de jovens abaixo do nível 2 (50%) – enquanto essa mesma taxa na OCDE é 27%. Em ciências, o Brasil obteve 403 pontos e a OCDE 485 – 55% dos estudantes ficaram abaixo de 2 e na OCDE essa taxa foi de 24%.
“Nem as escolas particulares estão com uma boa avaliação de matemática, também estão abaixo da OCDE. Há um grande desafio em relação a matemática. Claro que o melhor resultado entre os três é em leitura, mas ciência também é desafio enorme. Quero falar aqui sobre os desafios e estratégias que estamos tratando”, iniciou o ministro da Educação, Camilo Santana. Ele relembrou que há um “tripé” de prioridades do MEC até o final de 2026: o programa de alfabetização nacional, o de levar conectividade a todas escolas brasileiras e a Escola em Tempo Integral. Segundo ele, o primeiro vai ao encontro do objetivo de melhorar a educação básica.
“Uma criança para aprender matemática precisa saber ler e escrever e é importante que isso seja feito na idade certa. Portanto, há um esforço que o MEC está fazendo para garantir a alfabetização. 100% dos estados aderiram ao programa, 97% dos municípios aderiram ao programa”, comentou Camilo Santana.
Os países-membros da OCDE são detentores das maiores economias do mundo e algumas emergentes, são eles: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia, Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.
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