O Campus de Lagarto sediou, na última sexta-feira (15), o I Congresso Sergipano Multidisciplinar de Cannabis para Fins Medicinais. O encontro, que reuniu 220 participantes, foi idealizado pela egressa do curso de Fisioterapia Michele Menezes, com apoio do Departamento de Educação em Saúde (DESL). A abertura contou com o vice-diretor do Campus de Lagarto, professor Luis Felipe Souza, e a chefe do DESL, professora Rosiane Dantas.
A fisioterapeuta Michele Menezes havia retornado para o Rio de Janeiro, sua terra natal, onde cursa a especialização “Inovação em Medicamentos da Biodiversidade”, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas decidiu voltar a atuar em Sergipe após a publicação da Lei nº 9.178, de autoria do deputado estadual Luciano Pimentel, em abril de 2023, que institui a Política Estadual de Cannabis. A lei estimula a pesquisa científica e a capacitação de profissionais de saúde da rede estadual.
“A partir disso, eu comecei a perceber que nós tínhamos aqui no estado profissionais de diversas áreas com conhecimento e experiências sobre cannabis para fins terapêuticos (que não pode ser confundida com o uso recreativo, aqui nós estamos falando sobre recomendações voltadas à saúde e sob responsabilidade de um profissional), porém faltava um diálogo, uma coordenação. Foi um pouco disso que nós buscamos aqui com essa abordagem interdisciplinar desse Congresso. Eu me formei aqui no campus e estou muito feliz que o campus tenha aberto as portas para o evento”, observa a egressa.
“Eu fico muito feliz em saber que alguém que foi estudante aqui da casa organiza um evento interdisciplinar como este. Conseguimos trazer pessoas de várias áreas”, avalia a chefe do DESL, professora Rosiane Dantas.
O vice-diretor do campus, professor Luis Felipe Souza, acredita que a abertura ao diálogo e à pesquisa científica, sem pré-julgamentos e estereótipos – pensando na saúde e bem-estar da comunidade, é parte relevante do trabalho de uma instituição pública de ensino pesquisa e extensão. Esse é também um papel da Universidade: a abertura e discussão interdisciplinar de novos temas. O campus fica muito feliz com eventos como esse”, observa.
Ao realizar o evento sobre cannabis para fins medicinais, a UFS se junta a outras instituições nacionais de referência, como a Fiocruz, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A temática é também um campo de pesquisa em diversas áreas da saúde. A docente Adriana Carvalho, do Departamento de Farmácia do campus Lagarto, abordou as interações de outras substâncias com a cannabis para fins medicinais e os cuidados necessários, além de ter levado pesquisas e artigos científicos nacionais e internacionais sobre a temática.
Quem está na pós-graduação (mesmo de outros campi) não deixou de comparecer. As amigas Micaelle Tavares e Milayne Mendonça cursam mestrado e doutorado, respectivamente, no Programa de Pós Graduação em Ciências Fisiológicas, em São Cristóvão.
“É um assunto de grande interesse na área da Saúde. Muita gente pode ser beneficiada com o debate e também com as pesquisas”, avalia Micaelle. “Eu tenho muito orgulho da UFS por sediar um evento como esse. Demonstra atualidade e um pioneirismo importante para uma instituição de ensino”, opina.
O evento contou também com o apoio da Associação Brasileira de Apoio ao Cultivo e Pesquisa de Cannabis Medicinal (Salvar), da Liga Acadêmica de Endocabinologia de Sergipe e do Movimento Popular em Saúde (Mops).
Ana Laura Farias – Campus de Lagarto
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