O livro ‘Entre traços e contextos: as charges de Carvalho Déda no jornal A Semana’ (1959-1968)’, da historiadora simãodiense Amanda de Oliveira Santos, será lançado na próxima sexta-feira, 21, às 19h, no Centro de Memória Digital Profª Enedina Chagas, localizado na cidade de Simão Dias (SE).
Neste trabalho, Amanda analisa um dos mais duradouros jornais do interior sergipano. Ademais, ela enfoca uma particularidade talvez singular no jornalismo de Sergipe, o uso semanal de xilogravuras, criando charges a propósito de acontecimentos recentes. O esforço de Carvalho Déda em produzir o seu jornal semanário foi bem estudado por Amanda de Oliveira Santos, desde os componentes que constituíam ‘A Semana’. A topografia e a forma de impressão. A tiragem e as sessões. Os colaboradores e as matérias. Os anúncios e o preço do exemplar no curso dos anos, assim como a distribuição.
Amanda, que faz doutorado na Universidade Federal da Bahia, tendo como orientadora a Profª Dra. Lucileide Costa Cardoso, pesquisa Carvalho Déda desde a graduação (2015), os primeiros passos foram dados no Memorial Municipal de Simão Dias. “Na graduação tive a disciplina Metodologia de Trabalho Científico, foi quando precisei pesquisar um tema regional, como eu era voluntária do Memorial, tive acesso a jornais e conheci o período ‘A Semana’, que era de Carvalho Déda, ele produziu charges e comecei a me interessar pelo tema, mas apenas no mestrado aprofundei a questão do cunho político e a pesquisa do uso de charges na pesquisa histórica”, relembra a escritora.
A publicação que é resultado de sua dissertação de mestrado, realizada na Universidade Federal de Sergipe, tem apresentação de José Ibarê Costa Dantas, que destaca os trabalhos acadêmicos produzidos na área de humanas nas universidades de Sergipe. “Pode-se dizer que a maioria deles tem proporcionado um grande benefício ao conhecimento da história dos municípios. Um exemplo é o livro de Amanda de Oliveira Santos, que trata do jornal ‘A Semana’, de propriedade de José de Carvalho Déda, uma das figuras mais realizadoras de Simão Dias”.
Segundo Ibarê Dantas, os eleitores podem notar como Amanda de Oliveira executou por meio de pesquisa, visão de conjunto e senso de observação. “Afinal, conseguiu entender os contextos políticos e mostrar as preferências partidárias, o teor crítico do semanário e as oscilações dos discursos do jornal através do tempo”.
O prefácio do livro ficou por conta do seu orientador no mestrado, o prof. Dr. Antônio Fernando de Araújo Sá. Ele chama a atenção para a importância da história local para se compreender a própria história nacional. “A autora optou por analisar as charges de cunho político, veiculadas entre os anos de 1959 e 1968, em que o jornalista toma partido, em tom irônico e até debochado, nos debates políticos do período. Sua produção imagética de mais de quatrocentos xilogravuras não deixa dúvida sobre a importância da história local para se compreender a própria história nacional, pois suas gravuras iam além do cotidiano municipal inserindo-se nas questões mais destacadas do cenário estadual e nacional”.
Ancorada em bibliografia especializada, a jovem historiadora soube interrogar as imagens produzidas, trazendo à lume dimensões que, apesar do padrão estético pouco aprimorado pela urgência jornalística, revelaram as lutas políticas e ideológicas do final dos anos 1950 e da década de 1960. A publicação ficou por conta da pela Editora Diário Oficial de Sergipe.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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