Em um mundo onde as pessoas estão sendo notadas pelo que comem, vestem e consomem; e onde o número de curtidas e seguidores influencia diretamente em popularidade nas redes sociais, cuidar da imagem tem sido um papel cada vez mais visado e que nem sempre é positivo. Isso pode encadear, inclusive, o aparecimento de transtornos alimentares.
De acordo com a da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), “transtornos alimentares são patologias classificadas como doenças psiquiátricas em que a pessoa tem uma relação muito ruim e sofrida com a comida. Isso resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial”.
Dois casos que envolvem alimentação chamaram atenção nos últimos tempos, a alimentação da ex-BBB Bárbara Heck e do ator Artur Aguiar, que ainda está participando do reality show. Segundo o nutricionista Jeovani Santana, professor do Centro Universitário Ages, a atitude dos dois brothers ganhou holofotes não apenas de espectadores, mas também de colegas de confinamento e profissionais da saúde, dentre eles nutricionistas e psicólogos.
“Artur Aguiar após restringir certos alimentos fora do confinamento, viu no programa a oportunidade de quebrar a dieta e comer de forma exacerbada alimentos mais palatáveis. Já Bárbara, seguia com uma alimentação à base de ovo e café durante o dia, e nas festas se alimentava de doces e depois fazia jejum de horas para ‘compensar’ a ingesta de açúcar. A sister chegou até a chupar limão para poder ‘enganar a fome”, exemplificou.
No entanto, tais atos, segundo o especialista, acabaram sendo apontadas pelo público como transtorno alimentar (TA). Porém, ter comportamentos alimentares diferentes não necessariamente são suficientes para diagnosticar uma pessoa com transtorno alimentar.
“Apesar da especulação sobre o comportamento e os padrões dos participantes, somente assistindo as imagens não é possível dizer se há algum TA. Transtorno alimentar é uma doença psiquiátrica complexa, multifatorial e que possui diversas características como: preocupação excessiva com o corpo, isolamento social, sentimento de culpa após consumo alimentar, estímulo do vômito após as refeições, busca por motivos para não se alimentar, dentre outros”.
Santana frisa que a adoção de hábitos semelhantes como comer de forma desenfreada e depois se privar da comida pode servir de inspiração por quem assiste ao programa, podendo ser um fator precipitante para o desenvolvimento de um transtorno alimentar em pessoas que já possuem alguma predisposição.
“Para o diagnóstico real dos transtornos alimentares, é necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar da saúde (nutricionista, psicólogo, psiquiatra), sendo o nutricionista peça chave para investigar práticas alimentares inadequadas e eventualmente promover uma terapia nutricional para auxiliar no tratamento, que também inclui psicoterapia e medicamentos”, alertou.
Por fim, Jeovani esclareceu que uma alimentação saudável sem exceção e restrição é de fundamental importância para a produção de energia, promoção da saúde e qualidade de vida.
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