Um levantamento interno feito pelo Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor) apontou que, ao menos, 23 jornalistas foram infectados após a cobertura do incêndio na UPA Nestor Piva, no dia 28 de maio. Segundo a entidade de classe, desde o início da pandemia cinco profissionais da área morreram em virtude da doença, o que reforça, na visão do sindicato, a importância de incluir a categoria no grupo prioritário de vacinação, quer seja a nível municipal ou estadual.
“A infecção do coronavírus atingiu repórteres de rádio, televisão, jornal impresso e portais de notícias, além de repórteres cinematográficos, fotográficos, chefes de reportagem, editores, assessores de comunicação e imprensa, e até motoristas. Por se tratar de uma doença imperceptível, em alguns casos, a perspectiva é que esse quantitativo seja superior diante da provável existência de assintomáticos”, diz o Sindijor.
De acordo com o Sindicato, a notificação desses casos chama a atenção para a exposição e vulnerabilidade dos jornalistas, bem como a necessidade de imediata inclusão da classe trabalhadora no calendário de vacinação contra o coronavírus.
“Desde o início deste ano temos chamado a atenção dos gestores estaduais e dos parlamentares sergipanos com atuação em Brasília para a inclusão dos Jornalistas no Plano Nacional de Imunização (PNI), e ao próprio plano estadual. Estamos, seja nas atividades externas e/ou nas redações e assessorias de imprensa, diariamente expostos ao risco da contaminação. Esse número referente ao trabalho desenvolvido no Nestor Piva mostra na prática o real nível de vulnerabilidade que enfrentamos”, avalia o presidente do Sindijor, Milton Alves Júnior.
Atualmente, Sergipe possui mais de 2.000 jornalistas profissionais, sendo que desse total pouco mais de 1.400 atuam diariamente na atividade fim. Fora da modalidade ‘home office’, menos de 350 seguem atuando em atividades externas. “Desde o início da pandemia, 240 profissionais testaram positivo para a Covid-19 e cinco morreram”, lamenta a entidade.
O que dizem as secretarias
SMS
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que toda ampliação de grupos prioritários no Plano Municipal de Imunização depende do envio de doses por parte do Ministério da Saúde, assim como do estágio de vacinação dos grupos vigentes.
“Atualmente, Aracaju já está avançando na população residente na capital sem doenças preexistentes, seguindo a mesma estratégia da vacinação dos idosos, de forma escalonada. Essa estratégia contemplará não apenas jornalistas, mas dezenas de outras categorias igualmente essenciais para a sociedade”, diz a pasta da Saúde.
Ainda segundo a SMS, para que novas idades sejam incluídas é preciso que mais doses sejam enviadas pelo Governo Federal. Dessa forma, novo cronograma poderá ser anunciado.
SES
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que segue o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, elaborado pelo Ministério da Saúde, que estabelece uma ordem de vacinação para os grupos prioritários. “O Estado aguarda uma posição do Governo Federal de inclusão dessa nova categoria e envio de doses para a vacinação. Lembrando que em Sergipe já teve inicio a imunização da população geral, de 18 a 59 anos (sem comorbidades e não contemplada em grupos prioritários pelo Ministério da Saúde)”, destaca o órgão.
por João Paulo Schneider
Acompanhe também o Isto é Aracaju no Instagram, Facebook e no Twitter
Acompanhe também o "Isto é Aracaju" nos seguintes canais:
Instagram: @istoearacaju
Canal WhatsApp: Isto é Aracaju
Facebook: /istoearacaju
Twitter: @istoearacaju
YouTube: /istoearacaju